Vovô Felício - Vicente de Paulo Guimarães
Vicente de Paulo Guimarães nasceu em 23 de maio de 1906, na cidade de Cordisburgo, Minas Gerais e faleceu em 02 de junho de 1981. Entre as atividades que exerceu destacam-se as de jornalista, escritor e educador.
Vicente
Guimarães, o vovô Felício, encantou e embalou o sono de muitas crianças
brasileiras. A dedicação à literatura infanto-juvenil lhe fez produzir
mais de 40 títulos.
Em 1935, Vicente criou em Belo Horizonte a revista "Caretinha", dedicada a jovens leitores; dois anos depois, foi o responsável pelo suplemento infantil do jornal "O Diário". A partir daí, estava completamente envolvido com a literatura infantil. Um dos projetos de sucesso foi a revista "Era uma vez", que começou a circular em 1947. Além da linguagem escrita, utilizou a televisão para dar cursos de literatura para crianças e jovens.
Da infância tranqüila em Cordisburgo, ficaram as lembranças de um dos companheiros - seu sobrinho, apenas dois anos mais novo - João Guimarães Rosa. A vida do menino Guimarães Rosa foi contada em uma das mais inspiradas obras de vovó Felício e também seu primeiro livro para adultos, lançado em 1971, Joãozito - a infância de João Guimarães Rosa. "Eu e Joãozito éramos tio e sobrinho, mas a vida mais nos ligou em especial fraternura, compartilhantes que fomos do mesmo quarto, de brinquedos, peraltices e de geral vivência" (Vicente Guimarães). Guimarães Rosa e seu "muito tio", assim o sobrinho o chamava, trocaram vasta correspondência.
Em 1960, o sobrinho já consagrado aprovou que vovô Felício adaptasse para as crianças um de seus contos. "Autorizo o Sr. Vicente de Paulo Guimarães a contar às crianças, escrevendo em linguagem sua, apropriada à infância, a história do meu conto "O burrinho Pedrês", do livro Sagarana, e a publicar a história sob o título A última aventura do sete-de-ouros... Guimarães Rosa."
Sobre o pseudônimo, ele contava: "Fiz um concurso entre as crianças que liam os meus livros, para saber qual o nome gostariam de adotar para aquele autor que lhes contava tantas histórias, como se fosse já uma pessoa idosa [...] o primeiro nome, escolhido por unanimidade, foi vovô. Já o Felício nasceu de uma carta que recebi de uma criança que havia perdido seu avô chamado Felício, e que para ele significava felicidade."
O amor às crianças e à literatura fez com que Vicente tomasse atitudes como de fundar bibliotecas e centros de recolhimento para menores abandonados e carentes - Lar dos Meninos -, mantido pela Prefeitura de Juscelino Kubitschek.
A última obra de vovô Felício - O menino do morro - foi em homenagem ao fundador da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis. Uma semana antes do seu falecimento, ele participou do lançamento do livro em Belo Horizonte.
"Vicente de Paulo Guimarães foi coerente com seus princípios e com o propósito de contar histórias para as crianças, tentando mostrar-lhes bons exemplos e, ao mesmo tempo, inspirar-lhes sadias reações. Jamais pensou em mudar sua linha e seu estilo literário, mesmo que pudesse, de outra forma, acelerar a venda de seus livros. Vovô Felício se atualizava com o progresso do mundo, sem se contaminar ou corromper" (Carmem Schneider Guimarães).
Principais obras
- João Bolinha virou gente - João Bolinha virou selo dos Correios e se tornou nome de rua no Rio de Janeiro
- A última aventura do sete-de-ouros. Adaptação, a pedido de Guimarães Rosa, de um conto de Sagarana
- A princesinha do castelo vermelho
- Marisa
- Era uma vez uma onça
- Boa vida de João Bolinha
- A fama do jabuti
- Os bichos eram diferentes
- JK, o nono
- Bilac, história de um príncipe
- Rui Barbosa
- O infante D. Henrique
- Pedro Álvares Cabral
- O pastorzinho de Pouy, vida de São Vicente
- Joãozito - infância de Guimarães Rosa
- O pequeno pedestre
- Campeão de futebol
- Frangote desobediente
- Quinze minutos de poder
- Os três irmãos
- Grupp
- Uma cidade nasce
- Vida de rua
- O menino do morro - homenagem a Machado de Assis
- História de um bravo
- Anel de vidro - livro de versos e canções
- Coleção vovô Felício - composta de seis volumes
- A última aventura do sete-de-ouros. Adaptação, a pedido de Guimarães Rosa, de um conto de Sagarana
- A princesinha do castelo vermelho
- Marisa
- Era uma vez uma onça
- Boa vida de João Bolinha
- A fama do jabuti
- Os bichos eram diferentes
- JK, o nono
- Bilac, história de um príncipe
- Rui Barbosa
- O infante D. Henrique
- Pedro Álvares Cabral
- O pastorzinho de Pouy, vida de São Vicente
- Joãozito - infância de Guimarães Rosa
- O pequeno pedestre
- Campeão de futebol
- Frangote desobediente
- Quinze minutos de poder
- Os três irmãos
- Grupp
- Uma cidade nasce
- Vida de rua
- O menino do morro - homenagem a Machado de Assis
- História de um bravo
- Anel de vidro - livro de versos e canções
- Coleção vovô Felício - composta de seis volumes
Títulos
Cidadão honorário de Belo Horizonte
Membro da Associação Brasileira de Educação
Membro da Associação Brasileira de Imprensa
Membro da União Brasileira de Escritores
Prêmio Monteiro Lobato da Academia Brasileira de Letras - 1977:
O tipo de vovô Felício, contador de estórias para crianças, é
hoje um desses personagens míticos que se incorporam definitivamente ao
nosso "estado civil" literário. Pode-se dizer, de Vicente Guimarães,
que ele, com a personagem e obra de vovô Felício, veio a ser o
continuador mais autorizado do grande Monteiro Lobato. Este mesmo, como
que fez de Vicente Guimarães seu herdeiro literário, nos seguintes
termos. "És, não há dúvida, o discípulo amado. Você tem todas as
qualidades para um escritor para crianças (1937) [...] Muitos forçaram
a nota de simplicidade, só conseguindo vulgaridade e pieguice. Mas você
alcançou a justa medida. Está aprovado com grau 10" (1938).
Fonte: http://www.descubraminas.com.br/Turismo
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